O Acidente Vascular Cerebral
- Viviani Fernandes de Oliveira
- 15 de fev. de 2018
- 4 min de leitura
O acidente vascular cerebral é uma doença caracterizada pelo inicio agudo de um déficit neurológico ( diminuição de função), que persiste por pelo menos 24 horas, refletindo envolvimento focal do sistema nervoso central, como resultado de um distúrbio na circulação cerebral que leva a uma redução do aporte de oxigênio às células cerebrais adjacentes ao local do dano com consequência de morte dessas células; começa abruptamente, sendo o déficit neurológico máximo no seu início, podendo progredir ao longo do tempo.
O acidente vascular cerebral pode ser de dois tipos:
Acidente Vascular Isquêmico – falta de circulação numa área do cérebro provocada por obstrução de uma ou mais artérias por ateromas, trombose ou embolia. Ocorre, em geral, em pessoas mais velhas, com diabetes, colesterol elevado, hipertensão arterial, problemas vasculares e fumantes.
Acidente Vascular Hemorrágico – sangramento cerebral provocado pelo rompimento de uma artéria ou vaso sanguíneo, em virtude de hipertensão arterial, problemas na coagulação do sangue, traumatismos. Pode ocorrer em pessoas mais jovens e a evolução é mais grave.

Vários fatores de risco são descritos e estão comprovados na origem do acidente vascular cerebral:
- hipertensão arterial,
-doença cardíaca,
-fibrilação atrial,
-diabete,
-tabagismo,
-hiperlipidemia.
O uso de pílulas anticoncepcionais, álcool, ou outras doenças que acarretem aumento no estado de coagulabilidade (coagulação do sangue) do indivíduo, são fatores que podemos contribuir com a ocorrência de AVC.
Sintomas
Vai depender do tipo de acidente vascular cerebral que o paciente está sofrendo se isquêmico ou hemorrágico, da localização e idade do paciente.

Fraqueza:
Fraqueza em um dos membros, braço ou perna de início súbito. A fraqueza na face é o sintoma mais comum dos acidentes vasculares cerebrais. Pode significar a isquemia de todo um hemisfério cerebral ou apenas de uma área pequena e específica.
Distúrbios Visuais:
O paciente pode ter uma sensação de “sombra’’ ou “cortina” ao enxergar ou ainda pode apresentar cegueira transitória (amaurose fugaz)”. Este é um dos fatores que fazem com que o paciente procure um médico.
Perda sensitiva:
Dormência junto com a diminuição de força (fraqueza).
Linguagem e fala (afasia): Alterações de linguagem e fala; apresentam fala curta e com esforço, o falar pastoso que é difícil compreender, alguns pacientes apresentam uma outra alteração de linguagem, falando frases longas, fluentes, fazendo pouco sentido, com grande dificuldade para compreensão da linguagem.
Convulsões:
O acidente vascular hemorrágico,que causa rompimento de vaso e sangramento ativo, os sintomas podem se manifestar de forma mais grave e de rápida evolução. Pode ocorrer hemiparesia (diminuição de força do lado oposto ao sangramento) , além de desvio do olhar. O hematoma pode aumentar, causando edema (inchaço), atingindo outras estruturas, levando a pessoa ao coma, que pode acontecer em questão de minutos.
Diagnóstico:

Em um primeiro momento, o diagnóstico do AVC é eminentemente clínico, feito pela história e exame físico do paciente. A paralisia ou dificuldade súbita do movimento dos membros é fortemente sugestiva de AVC, a queda do estado geral e o surgimento brusco de um coma.
A tomografia computadorizada e/ou a ressonância magnética podem confirmar o diagnóstico e ajudar na diferenciação entre um AVC isquêmico e outro hemorrágico.
A avaliação das sequelas que resultarão do AVC só pode ser feita 72 horas depois do acidente.
Como se trata e como se previne?
Geralmente existem três estágios de tratamento do acidente vascular cerebral: Tratamento preventivo, Tratamento do acidente vascular cerebral agudo e o Tratamento de reabilitação pós-acidente vascular cerebral.
Preventivo inclui a identificação e controle dos fatores de risco. A avaliação e o acompanhamento neurológicos regulares são componentes do tratamento preventivo bem como o controle da hipertensão, da diabete, a suspensão do tabagismo e o uso de determinadas drogas (anticoagulantes) que contribuem para a diminuição da incidência de acidentes vasculares cerebrais.
Agudo quando existe isquemia, que tem oclusão ou hipoperfusão, levando a paragem ou diminuição do fluxo sanguíneo, há o uso de terapias antitrombóticas (contra a coagulação do sangue) que tentam cessar o acidente vascular cerebral quando ele está ocorrendo, por meio da rápida dissolução do coágulo que está causando a isquemia.
A chance de recuperação aumenta quanto mais rápida for a ação terapêutica nestes casos. O acidente vascular cerebral em evolução constitui uma emergência médica, devendo ser tratado rapidamente em ambiente hospitalar.
A reabilitação pós-acidente vascular cerebral ajuda o indivíduo a superar as dificuldades resultantes dos danos causados pela lesão.
O uso de terapia antitrombótica é importante para evitar recorrências. Além disso, deve-se controlar outras complicações, principalmente em pacientes acamados (pneumonias, tromboembolismo, infecções, úlceras de pele) onde a instituição de fisioterapia previne e tem papel importante na recuperação funcional do paciente.
Prognóstico
O corpo todo pode ser afetado.
Uma sequela comum é a paralisia completa de um lado do corpo (hemiplegia) ou a fraqueza de um lado do corpo (hemiparesia). Pode causar problemas de pensamento, cognição, aprendizado, atenção, julgamento e memória, produzir problemas emocionais com o paciente apresentando dificuldades de controlar suas emoções ou expressá-las de forma inapropriada.
Bibliografia utilizada:
Braunwald et al: Harrisson’s Principles of Internal Medicine. 15ª edição. McGraw-Hill.
Ferro JM, Verdelho A. Epidemiologia, factores de risco e prevenção primária do AVC. Pathos Julho/Agosto 2000; 7-15.
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